quinta-feira, novembro 30, 2006

Porque se matam as saudades

Não sonhas. Morres um pouco de manhã e ao meio do dia quando o sol mais queima. Tens de continuar. Tens de esquecer. Não aguentas mais. Tens de acabar, matar, recomeçar a viver. Só que ela está presa por dentro e tu agarrado a ela por um nó da garganta e não sabes o que deves deitar fora, arrancar, vomitar para que ela sai de dentro. Sais à noite com definitivos propósitos de não voltares sozinho. Compões dentro da tua cabeça uma mulher com um bocadinho disto e um bocadinho daquilo e esperas que bata certo. Levas um bocado do tecido rasgado e queres encontrar o todo. Mas não encontras ninguém. Pior, encontras alguém que te vem provar sem remissão que não a vais poder substituir tão facilmente porque não há mais nada no mundo inteiro depois dela senão um deserto de tempo que se estende à tua frente onde tudo se torna insignificante e pequenino. Começas a beber, a fazeres-te mal, porque estás triste e não acreditas em nada senão na dor. Queres morrer e não podes e nem sequer coragem tens para te matar. E quando pensas poder voltar atrás, também sabes que não é possível voltar atrás porque tu estás num mundo e ela noutro, os dois tão depressa se afastam, encerrados em planas fotografias em que estão abraçados e nus e já não somos nós.

Pedro Paixão in Nos teus braços morreríamos

terça-feira, novembro 28, 2006

Redescoberta...

Há cerca de 2 anos decidi finalmente investir na escrita do meu 1º romance.
Já várias vezes tinha pensado no assunto mas só nesse momento me senti verdadeiramente preparado.
E comecei a escrever.
O que se segue é o resultado dessa investida.

"O meu corpo cheira a solidão. Transpira solidão. A tarde está quente e acabei de me masturbar. Agora estou mais calmo, quase sonolento. Agora posso pensar. Ou não pensar. Abandonar-me no prazer de nada fazer. Ouvir. Somente, ouvir. A musica, o lá fora, o cá dentro...

O tempo vai passando, cansado. E eu permaneço, sentado, a vê-lo passar. Julgar-me-ia um inútil se isso tivesse alguma utilidade... Mas não, deixo essa tarefa para os outros. Sentir-se-ão melhor nesse papel. E sempre dá algum sentido para as suas existências.

Cada vez mais me apetece ficar calado. Não tenho nada a dizer. Nem vontade de fazer conversa. O que é muito bom para a maioria das pessoas, pois todas têm imenso a dizer e ninguém que as ouça. Usam-me como parasitas, mas eu não me importo. É mais fácil assim. O amor devia ser mudo. Não, eu não quero falar de amor. Prefiro ficar calado.

A solidão não é uma opção. É inevitável como a morte. Morrer é sentir-se só ao lado de quem amamos. E eu morro quase todos os dias. O meu corpo grita e eu calo-me. Morro em silêncio.

Hoje marquei a minha primeira consulta no psiquiatra. Faltam quase três semanas para essa estreia.

Existem duas palavras-chave neste fascinante jogo que é a vida. Na minha e, talvez também, nas vossas vidas: medo e desejo. Dois reflexos dos sentidos. Esses mesmos que nos enganam todos os dias. Os sentidos. Mas o que seríamos sem eles? Seríamos capazes de amar?

Hoje é segunda-feira. Fiz 32 anos há três segundas-feiras atrás. E chorei nessa tarde. Em frente ao mar. Chorei, porque me senti avassaladoramente só. No entanto, só, já estava há muito tempo. Inconscientemente só. O medo ou o desejo é que nos tornam conscientes da solidão. Mas hoje não chorei. Pus o filme pornográfico no vídeo e bastaram alguns minutos para me vir. E materializar a minha solidão."



Afinal ainda não estava preparado, pois ele ficou-se por aqui.
Já não me recordo do porquê de ter parado com a sua escrita...

Humildemente, faço-vos uma pergunta:
devo continuar?

terça-feira, novembro 21, 2006

Quando os nossos corpos se separaram...

Poema de josé luís peixoto presente no último álbum d'A Naifa: "3 minutos antes da maré encher"


quando os nossos corpos se separaram

olhámo-nos quase a desejar ser felizes.
vesti-me devagar,

mas o corpo a ser ridículo. disse espero que encontres

um homem
que te ame, e ambos baixámos o olhar

por sabermos que esse homem não existe.
despedimo-nos.

tu ficaste para sempre deitada na cama e nua, eu saí para sempre
na noite. olhámo-nos pela última vez e despedimo-nos sem
sequer nos conhecermos.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Propostas (in)decentes...


Não sendo este um dos meus filmes preferidos, apesar dos belos espécimes que são a Demi Moore e o Robert Redford, a ideia base assalta-me o espírito.
Por quem, seriam capazes de pagar, para ter uma noite de prazer?

Damas e cavalheiros, lançai os vossos nomes!
Quem sabe, não se arranja qualquer coisita...

terça-feira, novembro 14, 2006

Homenagem ao outro Marquês...

Marquês DE Meirelles

Hoje fui nomeado pela Princesa Sissi e pela sua corte de Marquês.
A partir desta data, assim espero ser reconhecido: Marquês DE Meirelles.
Com dois "l"s para treinarem as linguas para um bom minete.
Tenho dito.
Façam tocar os sinos!!!

segunda-feira, novembro 06, 2006

Para quem não conhece a Dita...




Dita Von Teese

Doce ilusão

Fecho os olhos
Provo a tua boca
E perco-me nessa doce ilusão
Tu levas-me até à terra dos sonhos
Onde a tua existência se expande
Até ao infinito

Fecho os olhos e sorrio
Deixo-me embalar
Na eterna inocência
Na suavidade da tua pele
No encanto dos sentidos

Serei um louco
Que ousa acreditar
Na matéria de que são feitos os sonhos?

sábado, novembro 04, 2006

Post para ti...

Este post foi escrito a pensar em ti, doce E...

De que são feitos os sonhos?

Aceitam-se sugestões de todas as cores e sabores.

Os nobres e altivos moralistas da república

Eu blogo
Tu blogas
Ele bloga
Nós blogamos
Vós blogais
Eles só nos sabem foder a paciência...